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Colegas obrigam criança com cancro a deixar a escola

O Miguel ainda não foi às aulas este período. Há um somatório de episódios a atormentar a sua memória. Chamam-lhe "surdo", por ter perdido parte da audição com os tratamentos. Chamam-lhe "porco", por não usar o balneário. Um dia, um dos rapazes apanhou-o no corredor e "obrigou" outro a puxar-lhe as calças, enquanto lhe chamava "aquilo que é o contrário de gostar de mulheres". Já lhe aconteceu encontrar a mochila "cheia de ranho"...É um miúdo de 12 anos, magro, delicado, com uma voz infantil. A pedopsiquiatra remeteu uma declaração para a escola em Março. A lembrar que Miguel sofreu um cancro, vários internamentos, quimio e radioterapia. A lembrar que, por isso, apresenta sequelas diversas - debilidade física, fragilidade emocional, dificuldade de reacção a pressões psicológicas. A lembrar que é vítima de bullying (intimidação continuada). A dar conta de um "processo depressivo". A recomendar mudança de turma e urgente "intervenção clínica do Gabinete de Psicologia da escola, no sentido de ajustar os comportamentos dos jovens implicados". Mas a mudança, formalizada pelos pais desde o início do ano lectivo, não chega.Talvez um miúdo saudável aguentasse. Talvez os outros pais achem os de Miguel "maluquinhos" ou "chatos" por insistirem tanto na mesma tecla. E isso que importa a Lizete e ao marido? O filho "já sofreu muito, já mostrou ser um grande lutador. Agora, está bem, mas nunca se sabe". Tinha sete anos quando lhe foi diagnosticado um cancro no sistema nervoso central. "A vida é uma coisa para curtir", diz.

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